17 novembro 2005

Medos


Não raras vezes, vou às sortes com a vil convicção de abanar os medos. Toco-lhes como se toca em veludo. Ao de leve, como se o sopro fosse guia. Entro neles e chamo-os para um repasto sem ementa. O diálogo é quase sempre surdo. O jogo só é sedutor quando é enfrentado de frente. Com a rota inversa chega o banal. Quando acontece, os demónios resistem à expulsão e ganham forma sorridente. Um veneno que bebo num cálice de fracasso.

8 Comentários:

Em 2:05 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

escreves bem, mas nao atinjo as tuas ideias. desculpa...

Maria Albertina

 
Em 2:29 da tarde, Blogger Unha disse...

Belo texto.

(mas eu sou suspeito para dar opiniões...)

 
Em 10:57 da tarde, Blogger Pedro Silva disse...

E eles ficam...

 
Em 12:31 da manhã, Anonymous Anónimo disse...

Um Blog para a boa disposição!

http://cortedamarela.blogspot.com/

 
Em 1:09 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

Vamos todos participar. O vosso trabalho é muito bom. Parabens

 
Em 12:43 da manhã, Anonymous Anónimo disse...

You have an outstanding good and well structured site. I enjoyed browsing through it pyramid 300w 4 channel car audio sub amplifier Withdrawl symptoms of vicodin Callcenter outsource in usa herzog meier volvo Lotus flower rendering

 
Em 12:16 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

Where did you find it? Interesting read » »

 
Em 2:54 da manhã, Anonymous Anónimo disse...

O medo mais profundo surgiu na minha vida de repente. Eu que sempre fora uma pessoa lutadora e forte, que quando criança sempre superei a noite, embora a face do rosto acardava pegada à almofada, pelas lágrimas que derramava até adormecer, pelo medo de não acordar, sim porque ouvia quase todos os dias da minha tão frágil existencia que podia não acordar, e que o mais provável era morrer aos 12, e como isso não acontecia, morreria aos 20, ou até de parto. Resisti, tornei-me forte no carácter e a minha sensibilidade não ficou mesmo assim abalada.
Descobri-me como uma pessoa linda por dentro e por fora e com uma vontade infinita de viver, por esse motivo, lutei e as coisas boas foram-me acontecendo, tão boas, que me surprendi comigo e com quem de mi se foi cercando. Primeiro a pessoa que me descobriu e que eu descobri e depois os dois filhos lindos que nos completaram.
A vida foi-me dando razões para sr feliz e eu retribui a todos à minha volta e até desculpei as maldades longícuas de uma infância sofrida. Não pela falta de amor ou de bens, mas pela ansiedade que as conversas em surdina me lembravam que o dia seguinte podia para mim não chegar.
Mas o medo que surgiu de repente, nada teve de comparado ao que eu sofri até à minha adolescencia, nada, mesmo nada, este foi um medo maior, um medo de ver sofrer alguem que se ama mais que a nossa própria vida,a vida que fez e faz parte de nós, neste caso a nossa filha. foram dois longos meses de sofrimento, foi ver uma vida a fazer uma tangente na linha da vida. Foi segurar-lhe nas mãos dia e noite, foi dizer-lhe ao ouvido que eu estava ali e que a ía puxar para a vida, foi, dizer-lhe que não tivesse medo, todos a amama-vos e que não a iriamos nunca abandonar. A sua dor foi terrivel e os medos dela apavoraram-me e criaram em mim fantasmas que só agora comço a superar, porque agora está bem , está linda e cheia de inergia. Ver uma jovem linda, inteligente e saudável a agonizar, e essa jovem tratar-se da nossa filha, somos percorridos por um torbilhão de medos, que outros medos vividos passam-nos ao lado.este sofrimento e medo que falo foi vivido a quatro, simplesmente quatro. Nem tios nem primos, com excepção de dois ou três, lhe fizeram até hoje um telefonema de reconforto. Quem não viveu este medo como saber o que é sofrer?

 

Enviar um comentário

<< Início