26 janeiro 2006

Tela


Que espécie de tempo é este onde a lamparina ilumina a estrada sem chama?
Passeio por ela na vil ideia de a vencer. Dificulto o andar porque desde logo percebi a roupa que agora possui. Os braços, os meus braços, vergam pelo pavor do olhar possuído. Porém, é este esguiço frio que me seduz. Alimenta o escuro dos dias gélidos construídos pelo luar.
Tudo me inquieta mas é nisto que cresço. Sem ela, derrotava o meu ego. É com ela que pinto o que necessito. Uma tela branca sem nada aos olhos fáceis. Uma diabrura, branda, bafejada por alguns seres que já por aqui passaram.