27 janeiro 2006

Vulto

Quem és tu afinal? Tu que vomitas o asco da palavra fácil. Tu que tropeças no mais elementar dos jogos. Pisas a surdina e representas o banal. Contudo, andas por cá. Um vulto, nórdico, de óculos fora de tempo, de resposta em disparo. Voltas sempre porque este calor é o calor do tempo que já não tens.
Lembro, nas curtas frases que te oiço, o quanto brilhas com o tempo onde a luz eram as estrelas do monte. Entro em ti porque sou, em parte, o que não consegues ser. Não pela genialidade mas pela lembrança, crua, que te levo sempre que te deixas embarcar pela infância.
Não te peço para curvares o que tens em ti. Jamais o farias porque o pedestal, hoje, não te permite parar. Porém, o tempo é madastro para aqueles que o trepam. Tu serás o pedinte da favela rica. Um corpo sem perfume. Nessa hora nem um golpe de asa te valerá.

2 Comentários:

Em 10:49 da manhã, Anonymous Anónimo disse...

este texto é dirigido à maria alice...

 
Em 10:41 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

São as memórias
são os vultos
que nos transportam
que nos afagam
que apasiguam
que nos acalmam

São vulTos as nossas memórias maiores, são vultos, porque ,estão quietos e calados, porque nos observam e nada dizem mas, que de um certo modo Zelam por nós DE onde, ninguem sabe. São eles os nossos queridos que partiram, mas que nas nossas lembranças deixaram um requício de penumbra, mas que diz tanto ou mais do que diziam antes. Estão presentes na ausência, porque o seu vulto é nítido nao recanto da nossa mente, tão nítido que se podem trocar sorrisos, conversas, expresões e intimidades que muitas vezes, antes eram impossíveis DE ACONTECER. Sõ Dósseis os seus gestos, são lentos os seus abraços e são tão bons que a pele nos doi no aperto. E no meio da saudade muitas veses apetece dizer:
"eu queria te ter aqui
ao pé de mi outra vez", talvez fossemos capaz de dizer o que nunca foramos capaz antes, ou fazer, por falta de geito ou por falta de oportunidade o não tivessemos feito.
As memórias remontam-nos a tempos longíncuos, onde outrora se foi feliz, onde gestos simples nos remetem para uma infância tranquila da protecção destes vultos que outrora foram pilares de protecção e amor incondicional. Pilares que arquitectaram personalidades que deveriamos ser mais fortes para resistir a esta decadencia humana, que é a "FALTA" O "VULTO"
Madeira

 

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